Entendendo a Autolesão

(Tempo de leitura: 3 minutos )

Você sabia que quase uma em cada dez pessoas jovens no mundo pratica autolesão? Se você parar para pensar, esses números são alarmantes. Isso significa que a probabilidade de você conhecer alguém que já praticou autolesão ou ainda pratica é bastante alta.

A autolesão é uma forma de violência contra si mesmo, mas é importante entender que existem muitas maneiras de se infligir dor, tanto física quanto emocional. Excesso de comida, relacionamentos tóxicos e vícios são exemplos de comportamentos autodestrutivos que afetam nossa saúde mental e física. No entanto, quando falamos de autolesão, estamos nos referindo especificamente ao ato de machucar o próprio corpo como uma forma de lidar com dores emocionais profundas.

Quando falamos de autolesão não suicida, é importante lembrar que ela não se restringe ao ato de cortar a pele. Outras formas de autolesão incluem arranhar-se até sangrar, bater a cabeça contra a parede, queimar a pele, impedir que cicatrizes se curem, entre outros. Você pode se perguntar: “Por que alguém faria isso voluntariamente?” A resposta, muitas vezes, está nas emoções que essas pessoas enfrentam. Tristeza, rejeição, abandono, culpa, solidão, raiva ou frustração podem se tornar tão avassaladoras que a autolesão é vista como uma maneira de diminuir ou escapar dessas emoções, ainda que temporariamente. Embora a dor física seja passageira, a necessidade de alívio pode levar a pessoa a se machucar repetidamente.

É fundamental desmistificar algumas ideias errôneas sobre a autolesão:

1. Autolesão não é sinônimo de suicídio: Embora a autolesão possa aumentar o risco de pensamentos ou comportamentos suicidas no futuro, ela não é a mesma coisa que uma tentativa de suicídio. A pessoa que se autolesiona está buscando alívio, não acabar com a própria vida.

2. Não é “apenas uma fase“: Embora a autolesão seja mais comum durante a adolescência, isso não significa que é uma fase passageira que “vai passar sozinha” ou que “não é motivo de preocupação”. Ignorar ou subestimar o problema pode agravar o sofrimento.

3. Não é uma maneira de chamar a atenção ou manipular: Muitas pessoas que se autolesionam fazem isso quando estão sozinhas e escondem seus ferimentos dos outros, sentindo-se envergonhadas. Em muitos casos, a autolesão é um “grito de ajuda” silencioso, uma tentativa desesperada de lidar com a dor emocional.

Se você conhece alguém que se autolesiona, não hesite em buscar ajuda. Conversar abertamente sobre o assunto e oferecer apoio pode ser um primeiro passo importante para ajudar essa pessoa a encontrar formas mais saudáveis de lidar com suas emoções. A autolesão não deve ser ignorada ou subestimada; é um sinal de que algo está errado e precisa de atenção e cuidado.

Fonte: Swannell SV, Martin GE, Page A, Hasking P, St John NJ. Prevalence of nonsuicidal self-injury in nonclinical samples: systematic review, meta-analysis and meta-regression. Suicide Life Threat Behav. 2014 Jun;44(3):273-303. doi: 10.1111/sltb.12070. Epub 2014 Jan 15. PMID: 24422986.

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